Instituição católica que reabilita jovens do vício das drogas e do álcool é referência na América Latina e promove intercâmbios como parte do tratamento



Com 56 unidades espalhadas pelas cinco regiões do Brasil e com atuação ativa em 15 países, a ONG Fazenda da Esperança conta com pouco mais que 30 anos de experiência na recuperação de dependentes químicos. A instituição católica se baseia em três pilares, considerados fundamentais pela comunidade de voluntários. De acordo com o site oficial da Fazenda da Esperança, para realizar a recuperação desses jovens e a readaptação dos mesmos dentro da sociedade após o tratamento, a entidade leva como foco: a convivência em família, o trabalho como processo pedagógico e a espiritualidade para encontrar um sentido de vida.

A história de como surgiu a comunidade terapêutica vem da década de 80, de uma esquina (ponto de usuário de drogas) no bairro de Pedregulho, Guaratinguetá, em São Paulo, quando um jovem chamado Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos despertou o interesse por viver o evangelho e a querer motivar outros jovens a saírem da situação de vício no álcool e das drogas. O que ele não esperava? Era que desse momento em diante, a ONG tomaria um rumo certeiro e se tornaria um centro de referência na América Latina em recuperação de jovens e de motivação as pessoas que também procuram uma vocação e motivação para suas vidas. Logo a seguir, Antônio Eleutério recorreu ao tratamento e com a orientação de viver o evangelho, acabou conseguindo se tornar um ex-dependente químico.



Com o sucesso na recuperação desse rapaz, o pároco frei Hans Stapel, ao observar o processo de recuperação do jovem, engajou-se nessa missão e recorreu a pedidos à população do bairro, a fim de conseguir um terreno para o que mais tarde se tornaria a primeira sede da “Fazenda da Esperança". Após a visita do Papa Bento XVI em 2007, a instituição ganhou popularidade e reconhecimento e as doações tanto do Brasil e do exterior começaram a aumentar.

“Nas comunidades dia após dia chegam jovens para se recuperar, mas também pessoas em busca de renovar a fé e se alimentar de esperança. O depoimento dos jovens que no passado encontravam-se no inferno das drogas com atitudes e ações prejudiciais a sociedade, na comunidade, apoiados pela Palavra de Deus, ganham um novo caráter e a misericórdia, a complacência, e o amor ao próximo que tocam e emocionam até os que não têm convicção religiosa” (Trecho retirado do site da Fazenda da Esperança).




Dentro do programa, existem inúmeras ações de responsabilidade social com o foco na recuperação desses jovens dependentes químicos. Uma dessas ações, iniciada no final de 2014, é o projeto “Espalhando a Esperança”. O professor de Sociologia Leonardo Almeida, do CIEP 117, visitou as instalações da Fazenda da Esperança em Guaratinguetá e explicou para a gente como funciona esse programa.

“Eu passei esse último final de semana na sede, em Guaratinguetá, pra conhecer o trabalho da Fazenda e conhecer também esse programa de voluntariado nacional e Internacional (Espalhando a Esperança) que eles iniciaram no fim do ano passado. Neste projeto, as pessoas interessadas em ajudar, após conhecerem o trabalho da Fazenda, escolhem uma das 106 Fazendas ao redor do mundo para prestar um trabalho voluntário. Esse trabalho pode ser de algumas semanas ou até de um ano ou mais! Depende da disponibilidade e da identificação de cada um com este Projeto da Fazenda, que é ligada à Igreja Católica. As Fazendas buscam ser autossuficientes financeiramente. Os internos trabalham em uma série de atividades que a Fazenda exerça, dependendo de sua localização. Há produção de alimentos, mel, água sanitária, velas, criação de animais, etc. Acredito que este trabalho de voluntariado seja bastante gratificante e de muita riqueza e troca cultural para os que se identifiquem e decidam participar! ”.
















Se identificou com o trabalho da organização e tem interesse em ajudar? Então conheça mais no site  e saiba como ajudar. Acompanhe as ações sociais e os trabalhos realizados na página do Facebook. Você também pode assistir a vídeos produzidos pelos voluntários e pelos jovens.

Essa foi mais uma matéria para o Intercultural News, escrita por Lucas Martins e revisada por Ana Maria da Rocha.