A jornalista Regina Múrmura morreu após ser baleada por traficantes ao entrar por engano, junto com seu marido, o empresário Francisco Múrmura, na favela do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O acidente gerou grande repercussão e certa comoção na imprensa internacional, e a maioria dos jornais destacou o uso de GPS e seus males e riscos para se orientar em regiões desconhecidas.

“Brasil: Quando um GPS te conduz à morte” foi a manchete do site francês Le Point. A revista afirma que o casal se enganou por conta dos endereços similares do aplicativo.

O objetivo deles era ir para a Avenida Quintino Bocaiúva, perto da praia, porém, acabaram na rua Quintino Bocaiúva, no Caramujo. Eles também afirmam que muitas pessoas acabam sendo obrigadas a fazer uso do aplicativo por causa dos engarrafamentos dos maiores centros urbanos brasileiros. O casal foi recebido com tiros disparados por criminosos e Regina foi baleada na decorrência do acidente, sendo morta no mesmo local.

A rede CNN, no entanto, realizou um questionamento mais abrangente, perguntando também sobre a segurança nas regiões próximas às favelas e envolvendo o fato da proximidade dos Jogos Olímpicos no Rio. O site também aponta estudos de que há mais de 1,4 milhão de pessoas em comunidades e que a polícia muitas vezes está presente, contudo, muitas são controladas ou “corrompidas” por traficantes.


O Jornal Washington Post também deu sua opinião sobre o caso, abordando outras manchetes recentes no Rio que envolvem problemas e falhas nos sistemas de alguns GPS. A assessoria do aplicativo Waze divulgou uma nota nesta semana para prestar esclarecimentos com relação aos casos que envolvem seu sistema e mencionaram também que os líderes da empresa se reunirão nesta semana com o Centro de Operações do Rio (COR) para entender o que aconteceu e planejar uma reformulação de seus mapas, de acordo com a região do Rio de Janeiro.

Matéria por Italo Medeiros, revisada por Ana Maria.

Fonte: G1