Feuerbach, Anselm. Ilustração do banquete platônico (CAPA)

Ao longo da história, filósofos, historiadores, poetas e pessoas comuns tentam padronizar o amor e explicá-­lo de forma racional. Porém, há outros, desse mesmo gênero de pessoas, que fazem o contrário, tentando passar a cultura do amor através de gerações.

Num primeiro momento, todos se encantam com tal palavra misteriosa e simples, mas, ao conhecê­-la em toda sua completude, percebem que ela não é como esperavam. Este sentimento é tratado de tantas formas diferentes, que muitos se confundem e, em diversos momentos se pegam desprevenidos, pesquisando tal palavra no buscador do Google ou consultando qualquer dicionário, seja gramatical ou filosófico.

Certa vez estive em um debate sobre amor que muito bem me lembrou “O Banquete”, obra platônica onde filósofos e pensadores pós-­socráticos dissertavam suas distintas opiniões sobre o amor, numa celebração realizada na casa de Ágatão. E neste debate eu dei meu parecer sobre o assunto, tentei não falar de Shakespeare, contudo, não consegui me conter. Um resumo de uma pesquisa psicológica que realizo com pessoas variadas, faz colocar no topo do ranking o amor, na condição de satisfação recíproca de desejos sexuais. Do cortejo, não se fala mais, muitos nem sabem o que isso significa.

Certo dia assisti um filme, onde, em dado momento, um personagem virou para o outro em uma de suas falas no diálogo e disse que o amor é coisa de outros tempos. Refleti sobre essa frase e é após tanto pensar nela, decidi fazer este texto, à fim de acalentar minha alma, que se encontra tão perplexa.

Numa sociedade de “desapegos”, é difícil e até mesmo piegas falar de amor em toda sua magnitude e proporção. Os meninos de declarações amorosas anônimas e poesias românticas que se cuidem, deveriam ter escolhido nascer no século passado, afinal, sendo franco, estes não conseguirão mudar a forma do mundo e da sociedade, de ver as coisas e o amor do modo como devem ser interpretados, acreditem, eu já fui um de vocês e tentei fazer isso.

Texto escrito por Italo Medeiros
Revisado por Aline Santos.