Se pararmos para analisar a situação da educação brasileira, podemos constatar que, o processo para aumentar a escolarização – incluindo as da rede pública – iniciou-se em meados do século XX. O fim desse mesmo processo foi entre as décadas de 1970 para 1980, segundo pesquisas.

De acordo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), no ano de 2016, mostra que a posição do Brasil caiu no ranking mundial. Três áreas foram avaliadas: matemática, leitura e ciências, onde o Brasil ocupa respectivamente os 66º, 59º e 63º lugares. No ano de 2015, segundo o Ministério da Educação (MEC), mais de 03 milhões de jovens e crianças, entre 06 a 17 anos estão fora das redes de ensino, tanto públicas, quanto particulares. Vale ressaltar que, houve uma significativa queda nas matrículas na Educação para Jovens e Adultos (EJA).

Abaixo, você poderá conferir os dados em relação ao sistema educacional brasileiro:

Segundo o IBGE, mais de 700 mil crianças e adolescentes não são matriculadas em escolas; Algumas pesquisas da TPE dizem que, mais de 30% dos alunos não chegam ao 05º ano, e também que cerca de 20% dos jovens que conseguem concluir o ensino fundamental, não dominam com exímia a leitura, e também há certos limites na escrita.

Diante de tudo isso, chegamos a um ponto que se tornou algo “normal” culpar o profissional da educação. E por isso, outra coisa que aumenta em questão é o alto número de violência para com os professores. Outro fator que leva ainda mais a diminuição do aprendizado dos alunos é o salário do profissional docente, “mas em que isso é relevante mediante a educação?”. O baixo salário ou/e atrasos de pagamentos que o professor brasileiro recebe tem grande participação para o aumento do número de greves nas escolas, fazendo com que, obviamente, muitos alunos não tenham aulas, ou seja, muitas coisas não favoráveis ocorrem na vida do jovem, ainda como estudante.


Agora, em virtude dos parágrafos acima, podemos comparar o sistema educacional brasileiro, com os de outros países ao redor do mundo. Se olharmos para o ensino da Coréia do Sul, do Reino Unido, etc. vemos que há grande distinção em relação à etapas, horários, etc.

Em muitos desses países, o ensino integral é obrigatório, e a maioria deles são divididos em mais ou menos três a quatro etapas escolares, e muita das vezes as férias são curtas, e feriados não são tão relevantes nas escolas. No Brasil, o ano letivo da educação básica tem a duração de 200 dias, distribuídos dentre os meses de fevereiro a dezembro, com férias escolares em julho e janeiro, porém o ano do brasileiro tem 11 feriados nacionais e outros municipais, estaduais, que juntando aos recessos feitos caso os mesmos estejam perto dos finais de semana, acabam tornando algumas semanas com apenas três dias de aula.

Feriados ou recessos ajudam os estudantes de certa forma no descanso. Entretanto, se por um momento os feriados não fossem tão prolongados, uma pequena porcentagem que seja do ensino poderia melhorar.

Veja a lista do top 05 no ranking mundial de ensino, feito pela PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes):

Top 05 em CIÊNCIAS:

01. Cingapura
02. Japão
03. Estônia
04. Taipei
05. Finlândia
Top 05 em MATEMÁTICA:

01. Cingapura
02. Hong Kong
03. Macau
04. Taipei
05. Japão
Top 05 em LEITURA:

01. Cingapura
02. Hong Kong
03. Canadá
04. Finlândia
05. Irlanda
Fonte: g1.globo.com

A educação foi o motivo da grande expansão ocorrida em Singapura nas últimas décadas, por exemplo. Em 1963, ao tornar-se independente da Inglaterra , os índices de desemprego e de analfabetismo eram muito elevados. A partir desse cenário, o governo decidiu priorizar o desenvolvimento de pessoas, implantando uma estratégia cujo foco foi de preparar o jovem para a era pós-industrial, como afirma o NEI- Institute of National Education.

A partir dos anos 70, a prioridade foi de atrair investimentos industriais, e as escolas foram induzidas a atender essa demanda. Nos anos 90, com a concorrência da Malásia, China e Indonésia, o governo realizou profundo estudo para identificar aptidões que os alunos deveriam ter para atender a nova era pós-industrial. Como resultado, a teoria e a prática do ensino passaram a enfatizar “a aplicação do conhecimento de forma criativa e inovadora”.

O resultado está demonstrado na avaliação do PISA, citado acima, e 1º no teste de raciocínio, divulgado em 2014 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).


Esses dados mostram o declínio do Brasil em relação à educação, e mostra ainda mais o quanto o país necessita mudar no quesito educação.

Com base nesta notícia, podemos deixar uma reflexão sobre o sistema educacional brasileiro e o culpado pela lamentável educação que temos hoje nas escolas. Seria o governo, que em meio a um cenário de roubos e escândalos, não faz absolutamente nada para melhorar a educação do país; Os profissionais docentes, que devido aos seus decadentes salários, não exercem sua função de forma correta; Ou nós, os cidadãos, que não corremos atrás dos nossos direitos educacionais e afins, culpados pelo lamentável cenário educacional brasileiro?

Matéria feita por Victor Cruz, revisada por Nícolas Neves.