Em uma sociedade em que a frase "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" é conhecida e praticada por muitas pessoas, milhares de mulheres vítimas de violência doméstica são mortas por seus próprios companheiros pelo simples fato da omissão de socorro, assim como aconteceu com a advogada Tatiane Spitzner. Em todo o mundo existem milhares de mulheres que sofrem todos os dias desse mal e existem milhões de pessoas que se calam diante de tal barbaridade.

Tatiane era advogada. Ela foi encontrada morta após cair do 4° andar do prédio em que ela e o marido moravam, em Guarapuava, na região central do Paraná, em 22 de julho. Luís Felipe Manvailer está preso e é réu. A denúncia acusa Luís Felipe pelos crimes de homicídio com quatro qualificadoras (meio cruel, dificultar defesa da vítima, motivo torpe e feminicídio), cárcere privado e fraude processual, na quarta-feira, 08 de agosto.

Para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Luís Felipe, que foi flagrado pelas câmeras de segurança agredindo a mulher minutos antes da queda, é o responsável pela morte dela. A perícia feita no local da morte constatou que ela teve uma fratura no pescoço, característica de quem sofreu esganadura.

Um laudo médico, que foi solicitado MP-PR e anexado ao processo público que investiga a morte da advogada Tatiane Spitzner na sexta-feira (10), relata que Luis Felipe disse que "não lembra do que ocorreu". Na avaliação psiquiátrica, ele disse achar que a mulher pulou da sacada, afirma o laudo. Os vizinhos afirmam que não viram e não ouviram nada.

Tatiane Spitzner, 29 anos, advogada. Tinha tudo para ter uma vida brilhante, mas teve sua vida encerrada brutalmente, domingo dia vinte e dois de julho. Tatiane caiu do seu apartamento do quarto andar onde morava com o marido Luis Felipe Manvailer, em Guarapuava, no Paraná.

Há uma grande dúvida da sua queda, onde pessoas se perguntam se a advogada foi jogada. Fotos das redes sociais mostram sua vida de contos de fadas com o marido. Vídeos do dia em que morreu, mostram um filme com requintes de terror.

Tatiana foi cruelmente espancada pelo marido. Apanhou. Foi chutada. Recebeu golpes de luta. Teve os cabelos puxados. A cabeça sacudida. Tentou fugir, foi perseguida. Humilhada, abusada, empurrada e esganada. Torturada como nos piores filmes de suspense. Era uma mulher linda e inteligente. Bastante jovem. Infelizmente não escapou a tempo.

Tatiana gritou por socorro. Quem quer morrer não grita por socorro. Ela contava com ajuda, da qual não teve. Qualquer uma. De qualquer pessoa. Uma aparição de porteiro, uma campainha insistente, ou até té mesmo batida na porta.

A gente se habituou a ouvir, mas não "meter a colher". Nós não tomamos atitude, só queremos saber do ocorrido. Temos almas frias. Somos leões de redes sociais, mas covardes e omissos, perdemos a capacidade de reagir na vida real.

"Eu não vejo. Não ouço. Não falo".
Permanecemos num silêncio assassino. Numa ausência de socorro criminosa. Quem sabe segundos antes ela teria sido salva? Chamaram a polícia. Mas a chegada da polícia para Tatiana foi tarde demais.

Eis aí a pergunta: Você prestaria socorro a uma vítima de violência doméstica?


Não se cale, denuncie! Evite que uma vida seja interrompida!

Escrito por: Beatriz dos Santos
Redigido por Nicole Pires