42 e poucos motivos para apreciar o guia mais irônico das galáxias
Arthur Dent, protagonista da história, começa tentando impedir que sua casa seja demolida pelo governo, e acaba tendo, seu planeta demolido por Vogons (alienígenas péssimos em poesia). Motivo? A construção de uma via expressa galática. Mas cá entre nós, a destruição da Terra não significou muita coisa, já que a mesma é descrita no Guia como Inofensiva, digo, Praticamente Inofensiva. Ou seja, nosso pequeno planeta é visto de forma insignificante. Uma poeirinha azul na galáxia.
Uma crítica muito presente no livro é à burocracia: “Frota de Construção Vogon. Você quer pegar uma carona com Vogons? Pode desistir. Trata-se de uma das raças mais desagradáveis da Galáxia. Não chegam a ser malévolos, mas são mal-humorados, burocráticos, intrometidos e insensíveis. Seriam incapazes de levantar um dedo para salvarem suas próprias avós da Terrível Besta Voraz de Traal sem antes receberem ordens expressas através de um formulário em três vias, enviá-lo, devolvê-lo, pedi-lo de volta, perde-lo, encontra-lo de novo, abrir um inquérito a respeito, perde-lo de novo e finalmente deixa-lo três meses sob um monte de turfa, para depois recicla-lo como papel para acender fogo.” Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.
Quanto a felicidade advinda das coisas materiais, Adams satiriza no trecho: “Este planeta tem – ou melhor, tinha – o seguinte problema: a maioria de seus habitantes estava quase sempre infeliz. Foram sugeridas muitas soluções para esse problema, mas a maior parte delas dizia respeito basicamente à movimentação de pequenos pedaços de papel colorido com números impressos, o que é curioso, já que no geral não era os tais pedaços de papel colorido que se sentiam infelizes.’’
A trama é recheada de situações inusitadas e improváveis que desencadeiam essas e muitas outras críticas a nós, seres humanos, mesmo através de alienígenas horrendos, criaturas bizarras, uma nave ultramoderna e um robô depressivo. E com o grande sucesso da trilogia, o primeiro livro da série, ganhou espaço no cinema no ano de 2005:
P.S.: NÃO ENTRE EM PÂNICO
Por Carolina Oliveira
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