"Eu sou Emilly Borret, terminei o ensino médio ano passado e tenho 17 anos. Moro no subúrbio do RJ, Nova Iguaçu. Estou na pior parte da vida de um estudante: o purgatório do pré vestibular, para medicina ainda por cima”.
A jovem Emilly Borret, de apenas dezessete anos, conta como foi a realização do sonho de ser uma Jovem Embaixadora, e motivada a ajudar futuros jovens embaixadores ela escreveu o livro “Diário de uma Jovem Embaixadora”, onde ela conta sobre seus momentos e suas experiências como uma Jovem Embaixadora. Confira:
Gostaria de começar falando do ponto inicial de sua trajetória. O que te inspirou a participar do projeto Jovens Embaixadores? E o que te levou a ter a ideia de escrever um livro transmitindo suas experiências como jovem embaixadora nos Estados Unidos?
Eu lembro claramente desse dia, eu estava sentada na grama na quadra do meu antigo colégio e o professor de educação física falava sobre qualquer esporte. De repente, do nada, ele interrompeu e gritou o menino que estava passando pela rua adjacente ao campo, o Léo, YA (Young Ambassador) 2013. Ele fez todo mundo aplaudi-lo e disse que ele iria para os Estados Unidos no programa Jovens Embaixadores. Aquele dia foi um marco na minha vida, eu cheguei em casa e mandei mensagem para ele e pesquisei sobre o programa. Naquele dia eu decidi que esse seria meu mais novo objetivo de vida: o Jovens Embaixadores. Foi aí que tudo começou, um "pequeno" sonho. Alguns meses depois lá estava eu correndo pelos corredores do CEFET tentando conseguir todos os documentos a tempo, o histórico escolar, a carta de recomendação. Depois, quando passei pelas duas provas, a oral e a escrita, dancei no banheiro no período entre as aulas. Foi um ano que mudou minha vida, sabe? Eu comecei a ver quão longe eu poderia ir e essa jornada é a mais emocionante que você pode embarcar, mesmo não tendo sido selecionada para ir aos Estados Unidos de cara, com toda a decepção inicial que isso me causou, mantive as esperanças e o foco. O caminho foi longo, mas valeu a pena em todos os sentidos.
Na segunda tentativa, a ansiedade era dupla e ver meu nome naquela telinha do celular naquela tarde chuvosa de outono, no dia 27, ah, não tem como escolher uma palavra só que descreva. Talvez, por esse motivo, usei mais de quarenta mil palavras no primeiro livro que escrevi para ser publicado. Sobre ele, eu não tive a ideia, para falar a verdade, e seria feio levar o crédito quando ele não é meu, claro. Uma bela manhã, durante as férias, depois de sonhar com as aventuras futuras que me esperavam, meu celular apitou, uma mensagem de um editor me perguntando sobre a possibilidade. Foi assim, a gente conversou e eu resolvi entrar de cabeça no projeto.
O projeto Jovens Embaixadores, no momento, muita das vezes não chega ao conhecimento dos jovens, você poderia falar mais sobre como ele funciona?
Ele é uma iniciativa maravilhosa da embaixada americana que tem por objetivo levar trinta e sete jovens para os Estados Unidos numa ‘missão intercultural’. Nós passamos vinte e seis dias imersos na cultura norte-americana aprendendo mais sobre a vida deles e tendo diversas palestras sobre justiça social, liderança e voluntariado, que são os focos do programa, basicamente.
Para participar existem alguns pré requisitos que incluem estar matriculado no ensino médio de uma instituição pública, fazer trabalho voluntário e ter notas boas na escola. Assim, você se inscreve no site e começa a árdua jornada por todo o processo seletivo, que inclui uma prova oral, uma escrita, uma entrevista e o, tão sonhado, momento que a embaixada escolhe quem vai ser YA e quem vai ser EIP. A partir do momento que você passa por todo o processo seletivo, se torna finalista. Os finalistas têm o nome, junto à todos os documentos, mandado para a embaixada americana em Brasília; geralmente, dos 10.000-13.000 inscritos, cento e cinquenta, mais ou menos, são finalistas. Desses cento e cinquenta, alguns irão para os EUA e os que não forem selecionados têm uma viagem de cinco dias dentro do país, cada ano num estado diferente. Isso se chama EIP, English Immersion Progr, que nada mais é do que um intercâmbio nacional. Eu fui EIP em 2014, no Paraná, Londrina.
Muitas pessoas quando vão para outros países tem diferentes experiências, no que acha que a sua difere a ponto de te fazer escrever um livro?
Não acho que possa considerar meu ponto de vista mais interessante ou algo do tipo, imagino que cada um dos Jovens Embaixadores poderia ter narrado nessa viagem, é claro, teríamos livros muito diferentes, gosto de acreditar que é possível que as únicas semelhanças entre eles seriam os personagens. Acontece que eu tive a sorte de ser contatada pela editora e, por um acaso maravilhoso, eu sempre escrevi, desde pequena. Desde manuscritos de livros a poemas e contos, só nunca tive a chance de ter algo publicado, e agora já posso riscar isso da minha lista de coisas para fazer antes de morrer (sim, essa lista existe). Como eu disse no livro, eu não estou contando exatamente o que aconteceu, essa narração é sobre a minha visão dos fatos, o que muda tudo, talvez eu não reserve nem uma linha para acontecimentos que marcaram a vida de alguns dos JEs e escreva dois parágrafos sobre algo que para mim foi fundamental e eles nem se lembram. Faz parte da magia de se contar uma história.
Que tal nos contar mais sobre o seu livro, como ele se estrutura, o que devemos esperar dele?
Eu tentei, ao máximo, dar bastantes detalhes das nossas atividades diárias nos Estados Unidos e em Brasília. É um diário, então está dividido em dias, desde o primeiro até o vigésimo sexto, em que detalho os acontecimentos mais importantes, na primeira pessoa, compartilhando essa pequena aventura. Por exemplo, dia 30 de janeiro foi meu aniversário e o melhor dia da viagem para mim, o que rendeu algumas boas páginas e risadas dessa memória especial. Além disso, eu reuni depoimentos maravilhosos de alguns YAs de edições passadas, inclusive chorei lendo um deles. E, é claro, não poderia faltar a explicação de todo o processo seletivo do YA com várias dicas e uma abordagem mais "o que você deve esperar do programa". Tudo isso com algumas caricaturas que um YA que viajou conosco, o Fabricio, fez. A minha da capa do livro, por exemplo.
O que pretende fazer na sua vida e, como acha que será daqui para frente?
Acho que agora minha vida fica para sempre dividida entre o que aconteceu antes e o que veio depois do JE (Jovens Embaixadores) 2015, foi graças a ele que consegui uma bolsa no pré vestibular de elite no RJ e vou publicar meu primeiro livro. Tenho certeza de que esses são pequenos e tímidos passos em direção à todas as portas que a vida pós - JE abre para nós. É um título que fica para sempre, que carregamos todo dia, todo minuto, que nos lembra constantemente que sonhos são reais e que o futuro é cheio de possibilidades, só basta nós irmos atrás delas. Esses vinte e seis dias, com todas as palestras, acabou sendo, para mim, uma viagem cheia de auto conhecimento, eu aprendi sobre mim mesma: quem eu sou, o que quero, porque ajo de algumas maneiras e isso tem se mostrado muito importante, agora passo a analisar muito mais a forma como vejo o mundo. Grande parte da pessoa que estou me tornando tem a ver com essa minha inserção nesse novo mundo cheio de portas esperando por meu ‘Toc, Toc’ e, nossa, essa sensação é maravilhosa. A partir de agora, mais que viver com uma saudade que não cabe no peito, é hora de continuar lutando por tudo que acredito, e o programa me deu algumas armas argumentativas e empíricas a mais para tal, continuar estudando para o vestibular e pesquisando sobre novos programas de intercâmbio, meu novo fascínio.
Tem alguma mensagem que queira passar para quem pretende viajar para outro país, se tornar um “Jovem Embaixador”, ou algo semelhante?
A mensagem parece ser simples, mas é bem mais difícil que parece: mantenha a mente aberta. Eu sempre fui uma pessoa que defende o ponto de vista com unhas e dentes, mas, ao mesmo tempo, não tem problema em mudar de opinião se vê argumentos mais plausíveis. Por esse motivo, não tive tanta dificuldade assim em me adaptar a um novo cenário, mas se você é daqueles que não gosta muito de mudança, melhor ir treinando.
Estar numa cultura diferente demanda uma habilidade de compreender antes de julgar, de experimentar antes de declarar "não gosto" e de ouvir antes de falar. Ser irresoluto e inatingível acabam sendo empecilhos para a apreciação do melhor que as pessoas de outro país tem a oferecer: o diferente. Quer dizer, se ao viajar para outro lugar você encontrasse um cenário igual ao que já pertence, não haveria sentido em sair de casa. Use os diferentes argumentos a seu favor, deixe que eles te envolvam, gostando ou não, tem muito a aprender com o que uma nova cultura pode trazer.
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