Cite City iniciará, literalmente, do zero. Em meio a um deserto do estado americano do Novo México, a cidade com capacidade para 35 mil pessoas será construída ao custo de 3,8 bilhões de reais, entretanto, não haverá sequer um habitante.
Esta cidade, que leva por nome em vulgo “Cidade Fantasma”, tem 40 quilômetros quadrados e apenas um objetivo: servir como um vasto laboratório de testes para novas tecnologias urbanas. Expressado no nome verdadeiro, a palavra ‘Cite’ é a sigla em inglês para Centro de Inovação, Teste e Avaliação.
Eles estudarão e realizarão provas com sistemas de transporte inteligente, fontes alternativas de energia e telecomunicações. O projeto está sendo desenvolvido e custeado pela empresa Pegasus Global Holdings, que investirá, inicialmente, 2 bilhões de reais. Toda a verba virá de iniciativa privada, segundo o diretor executivo da Pegasus.
No coração do projeto está a City Lab, uma cidade em escala real construída à semelhança de um município de médio porte americano. Contará com áreas urbanas, suburbanas e rurais, incluindo parques, shoppings centers e igrejas.
Há uma parte essencial da cidade que não estará à vista: um centro subterrâneo de operações e manutenção, conectado à toda infraestrutura da cidade. Espera-se que o trabalho da construção tenha seu início ainda este ano. As obras terão duração média de três a quatro anos.
Cite City foi idealizada em 2011, mas a construção foi adiada diversas vezes por causa de uma série de contratempos, um deles foi uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de proibir os terrenos inicialmente escolhidos para a construção.
De acordo com a Pegasus, Cite City gerará mais de 350 empregos diretos e 3.500 indiretos no Novo México. A cidade também estará à disposição para que outras empresas testem em suas ruas e prédios, tecnologias e produtos, sem as restrições oferecidas por uma cidade “real”, incluindo testes em larga escala.
Porém, alguns especialistas mostram ceticismo. Richard E. Hanley, professor do New York City College of Technology, é um deles:
"Eles (os idealizadores de Cite City) dizem ter um bom lugar, por exemplo, para testar carros com piloto automático, pois se houver uma falha não teríamos os mesmos riscos de um ambiente urbano. Mas até que isso seja testado em uma cidade real, nós não poderemos saber o quão segura tal tecnologia é", afirma Hanley.
O especialista afirma que um dos problemas com novas tecnologias é o fator humano. "Sem pessoas, um teste pode funcionar bem, mas o que acontecerá, por exemplo, quando uma tecnologia estiver ao alcance de adolescentes, por exemplo, buscando novos usos?".
Hanley até defende Cite City como campo de provas útil para estudos de infraestrutura, mas duvida que possa servir como um verdadeiro "simulador urbano". Mas Brumley argumenta que a cidade será um importante passo intermediário.
"Ao final de seu ciclo de testes, novas tecnologias precisam de qualquer maneira serem testadas em áreas habitadas antes de ser aprovadas pelas autoridades. Somos um passo intermediário que não oferece riscos de segurança", declara.
Fonte: BBC Brasil
Matéria feita por Italo Medeiros, revisada por Ana Maria.
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