Desde a era Mercantil, os europeus buscavam terras desconhecidas em busca de especiarias, ouro e escravos, além de subjugarem qualquer cultura senão a européia. Um bom exemplo é o que fora feito no continente africano, onde milhões de cidadãos foram tirados de suas terras e escravizados por serem teoricamente ‘’inferiores’’ aos povos europeus. O negro era considerado impuro, sujo. Uma possível justificativa teria sido a religiosa.

De acordo com os sacerdotes da época os versos em que Noé amaldiçoa seu filho Cam por ter visto este nu era uma justificativa moral para a escravidão, “E Noé, homem da terra, foi o primeiro a plantar uma videira. E ele ficou bêbado e se expôs dentro de sua tenda. E Cam, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai e contou aos seus irmãos... E Noé acordou do seu vinho e soube o que seu filho mais novo lhe fizera. E ele disse: ‘Maldito seja Canaã!Que seja o mais reles dentre os escravos de seus irmãos’.” Ou como no final da União Ibérica onde Portugal recuperou seu trono com ajuda da Inglaterra e em troca do apoio exigiu a troca de entrepostos do oriente, colonizando/dominando a Índia, e assim a Inglaterra aplicou suas filantropias e fantasias nas Índias.

A conclusão que se tem é de que hoje em dia o Imperialismo Europeu ainda permanece, mas agora com uma nova faceta, a xenofobia. Desde 2014 um grupo chamado PEGIDA (sigla do alemão para : Europeus Patriotas Contra a Islamização do Ocidente) tem feito passeatas contras os imigrantes e a favor de uma Europa pura, uma de suas passeatas somente em Dresden, na Alemanha, já chegou a ter 15 mil simpatizantes. Após os atentados do Charlie Hebdo, ataques contra a cultura árabe se tornaram comum como um ataque a um restaurante de comida árabe ao lado de uma Mesquita em Villerfranche sur Saône, na França.

Segundo o Sociólogo Eduardo Said, a arte e literatura refletem essa deturpação sobre os povos do oriente médio, no qual segundo elas os orientais vivem em uma sociedade onde os mesmos costumes de centenas de anos atrás continuam acontecendo, quando se contradiz pelos fatos históricos.

Cria-se a ideia de que os árabes são violentos e quem provém dessa região é terrorista (ideia muito enfatizada pela mídia atual), que o Islã é um misto de vilão, exótico e fanático. Bom exemplo disso é como os muçulmanos são representados nos filmes de ação, em que o vilão tem a pele com cor de latão, os olhos sedentos por sangue, um sotaque inglês engraçado e um desejo insaciável por vingança.

Está mais do que na hora de paramos e refletirmos sobre as nossas atitudes, muitas coisas acontecem no mundo simplesmente porque não nos posicionamos ou porque não nos questionamos. É chegado o momento de fazermos uma renovação de mente, o mundo está sedento por isso, mas isso não será uma ocorrerá de uma vez só, isso será um processo de autotransformação e autoconhecimento, o que nos resta é nos permitir mudar.

Matéria escrita por Rafael Bahia, redigida por Aline Santos.