Muito se discute sobre o crescente avanço de uma fase conhecida como  ‘Globalização’, seus pontos positivos e negativos, proporcionalidade em grande escala e  impactos para o cenário mundial. Vive-se um momento de desenvolvimento tecnológico  e surgimento de redes sociais muito grande, fator gerado por esse período, muito se  tornou mais fácil, graças à esse momento. Entretanto, essa facilidade desencadeou certas  negatividades, como problemas de segurança internacional e o compartilhamento de  notícias falsas, sendo necessária a criação de uma legislação cibernética para acompanhar  tais avanços. Porém, não é essa a pauta do artigo.
O que está em jogo é a principal forma que existe de comunicação no mundo,  sendo esta a língua. O idioma está além de regras gramaticais e pronúncias específicas,  ele traz consigo a história de um povo que desenvolveu esta forma de comunicação, para  se viver em sociedade, também é permeado pela cultura de um grupo social e para  muitos, pode estar atrelado à uma questão religiosa. Tudo isso está sendo ameaçado, por  uma cultura contemporânea que traz a língua estrangeira como sendo mais importante do  que a materna, e isso começa em casa, num ambiente familiar, podendo tomar  proporções inimagináveis, como o próprio cenário escolar.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura  (UNESCO) calcula que existem cerca de 6,000 idiomas no mundo atual e cerca da  metade, sendo 2,5 mil, podem estar em estado emergêncial, quase atingindo a extinção.  Essa questão afeta todo o globo, da Europa às Américas e muitos desses idiomas são  preservados por menos de 20 pessoas, que detém a fluência ou noção básica deste.  Pensando nisso, a ONU criou o Dia Internacional da Língua Materna, visando mostrar a  importância que está contida na diversidade linguística.
Katharina Maude, pesquisadora do Centre National de la Recherche Scientifique  (CNRS), de Paris e vice-presidente honorária da Sociedade Alemã de Idiomas  Ameaçados, alerta para um ponto muito importante, onde declara que o problema inicia  com os pais, pois muitos mudam de países ou alfabetizam seus filhos de forma errônea,  priorizando idiomas estrangeiros e perdendo a fluência de sua língua de origem, com os  próprios filhos, estes que seriam intermediários entre o idioma materno e as próximas  gerações, tanto da família, quanto de agentes sociais próximos.
Os idiomas de muitas tribos indígenas, do Brasil e do mundo, muitas vezes não  são documentados e isso, segundo a UNESCO, faz com que estejam ainda mais  ameaçados. O problema surge num avanço imperialista que se dá nessas regiões,  persuadindo os índios a matricularem seus filhos em escolas ou projetos sociais que  lecionam os idiomas mais falados, aí começa o descontrole destes sob os seus jovens, a  língua vai caindo em desuso. Já outros linguistas dizem que o declínio idiomático inicia  com a migração de muitas pessoas, do rural para o urbano. Estima-se que desde 1950,  mais de 200 idiomas foram totalmente extintos.
Em meio a tudo isso, ainda há esperança. A internet, gerada pela mesma  Globalização que é supostamente colocada como ruim, pode ser uma forma de preservar  muitas línguas. Ela é portal para diversos sites, acerca de assuntos completamente  distintos e estudar muitos idiomas ficou ainda mais fácil, com jogos e as próprias redes  sociais, o “Youtube” é um excelente exemplo de instrumento que pode ser utilizado para  se aprender muitas coisas, de formas dinâmicas, rápidas e simples.
Cá se tem um apelo pessoal, para que não deixem morrer a coisa mais importante  que existe no mundo, o contato e a comunicação, em seus diversos meios de propagação,  seja pessoal ou digital, se comunicar é muito importante. Aprenda Inglês, não se esqueça  do Francês ou Alemão, mas saiba reconhecer a importância do Tupi e até mesmo do  Latim, que apesar de todos chamarem de “língua morta”, está mais vivo do que se  imagina. Nem tudo são ações ou sentimentos, muito pode ser convertido em palavras que  saltam ao papel e não se contém na boca.
Artigo feito por Italo Medeiros, Revisado por Bruna Porto
 
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