Afinal, o que é pobreza menstrual?
Pobreza ou precariedade menstrual é um termo dado à falta de acesso de pessoas que menstruam a produtos básicos para higiene no período menstrual. Esse conceito engloba a falta de dinheiro para comprar absorventes, a falta de acesso a água e ao saneamento básico.
Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que o acesso a produtos de higiene menstrual é um direito e deve ser tratado como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Porém, no Brasil, a situação é bem crítica. De acordo com o relatório Livre para Menstruar, elaborado pelo movimento Girl Up, uma em cada quatro adolescentes não possui um absorvente durante o período de sua menstruação. Ao invés do item, muitas pessoas que menstruam usam papel higiênico, panos, jornais, papelão e até mesmo miolos de pão, o que pode ser extremamente prejudicial à saúde íntima, já que apresentam alto risco de infecção.
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou o projeto de lei 4968/19, da deputada Marília Arraes (PT-PE), que previa a distribuição gratuita de absorventes para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias. O presidente sancionou apenas a lei que institui o Programa de Proteção e Promoção de Saúde Menstrual (14.214/21), mas vetou os principais pontos da proposta aprovada pelos parlamentares, trazendo todo o debate sobre a pobreza menstrual no país à tona.
Como podemos erradicar a pobreza menstrual no Brasil?
• Primeiro precisamos desmistificar a menstruação, parar de tratar como se fosse algo nojento, parar de dar apelidos como: "aqueles dias" e evitar perguntas como: "tá de chico?" e normalizar as palavras: MENSTRUAÇÃO, VULVA, VAGINA porque são coisas normais.
O machismo realmente fez as pessoas que menstruam se auto-discriminarem e tratarem menstruação como um tabu. Isso já é muito assustador, mas fica pior quando percebemos que no dia a dia ou na escola, uma pessoa tem vergonha de sair com absorvente na mão e as outras pessoas zoarem, além de muitas optarem por faltar as aulas por falta de absorvente quando vivem em situação de pobreza menstrual. A menstruação ser um tabu já causou muitos problemas, então se queremos acabar com isso precisamos não apenas normalizar, mas também inserir esse assunto com crianças e pré-adolescentes, formando uma geração mais saudável e respeitosa.
• Precisamos cobrar do governo uma assistência verdadeira as pessoas em situação de pobreza menstrual, como afirmamos lá em cima: em 2014 a ONU (Organização de Nações Unidas) afirmou que acesso a higiene menstrual é direito, portanto deve ser tratado como políticas públicas.
• Existem projetos que ajudam pessoas em situação de pobreza menstrual e eles precisam de nosso apoio financeiro e com divulgação, precisamos agir para juntos conseguirmos mudar esse cenário.
Repórteres: Luísa Cuerci e Daniela Barbosa
Redigido por: Júlia Muniz
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