Quem ouviram do Ipiranga? Qual é a história do hino nacional? Descubra agora em uma matéria que homenageia o 7 de setembro!


História do Hino Nacional Brasileiro:


A família real portuguesa, ameaçada por Napoleão Bonaparte de invasão a Portugal, chega ao Brasil em 1808 para não ser atacada pelas tropas francesas, além de fugir do bloqueio continental que inviabilizava comércio com a Inglaterra, que era um dos países mais poderosos da época. 


Permanecendo por bastante tempo no Rio de Janeiro, em 1811, Dom Pedro I chamou às terras brasileiras um dos maiores compositores de Portugal e seu professor de piano, Marcos Portugal, para compor músicas para eventos da corte real. Dentre suas composições mais conhecidas, estava o “Hymno Patriótico”. Foi essa canção, a qual a letra ressalta amor à pátria e exalta a bravura portuguesa, que deu início à construção do hino nacional brasileiro, o qual sua versão final não recebeu mais que inspiração da canção.



Veja um trecho da letra:



Eis, oh Rei Excelso

Os votos sagrados

Q’os Lusos honrados

Vêm livres, vêm livres fazer

Vêm livres fazer



Por vós, pela Pátria

O sangue daremos

Por glória só temos

Vencer ou morrer

Vencer ou morrer

Ou morrer

Ou morrer


Em 1822, o poeta, jornalista e escritor brasileiro Evaristo da Veiga escreveu um poema chamado “Hymno Constitucional Brasiliense”. O poema foi usado como letra para a primeira versão do Hino Nacional. Existiam, porém, duas versões de melodia e harmonia para a canção, a de Marcos Portugal, que ficou conhecido como “Hymno à Independência”, e a composta por Dom Pedro I, que era chamada de “Hymno Nacional" até 1831, quando sofreu com a concorrência do atual hino.


Nesse ano, Dom Pedro I volta a Portugal e deixa seu filho de apenas 5 anos no Brasil, instituindo um governo parlamentarista, em que o parlamento tomava as decisões para o futuro imperador enquanto tinha pouca idade.


Foi nessa época, mais especificamente em 13 de abril de 1831, que o maestro brasileiro Francisco Manuel da Silva compôs a música do hino que conhecemos atualmente. O dia é conhecido como o Dia do Hino até hoje.


A música, no entanto, não continha letra, e foram criadas, então, várias para a melodia. Dentre elas, a do desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho, que escreveu sobre a partida de Dom Pedro I para Portugal.



Veja um trecho da letra:


Amanheceu finalmente 

A liberdade ao Brasil 

Não, não vai à sepultura 

O dia 7 de abril


Segundo Alberto Pacheco, professor da escola de música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o hino, chamado de “Hymno da Abdicação”, competia com aqueles compostos por Dom Pedro I e Marcos Portugal. Porém a letra não era bem vista pelos portugueses, pois era muito ofensiva a eles, como no verso:


Homens bárbaros, gerados 

De sangue Judaico e Mouro 

Desenganai-vos: a Pátria 

Já não é vosso tesouro.


Com a coroação de Dom Pedro II, em 1840, outra letra foi criada e, na verdade, várias alterações foram feitas ao longo de seu reinado em cima da mesma melodia. O hino era modificado em datas especiais, como o casamento do imperador e seus aniversários.


Tudo bem... Mas a atual letra foi criada quando?

Após a proclamação da República, em 1889, o crítico de música José Rodrigues Barbosa, que trabalhava no Ministério do Interior, liderou um concurso no qual os símbolos nacionais seriam substituídos para abandonar os símbolos que remetessem à monarquia. 


Porém, outro crítico, Oscar Guanabarino, foi contra a ideia de não manter a melodia de Francisco Manuel, aquela que conhecemos hoje. O Governo aderiu ao pensamento de Oscar, e permaneceu com a melodia. 

Até os primeiros anos da República brasileira, o hino brasileiro não tinha letra, e era tocado apenas o instrumental. 


Até que, em 1906, o maestro Alberto Nepomuceno propôs ao então presidente Afonso Pena uma reformulação do hino. Alberto convidou dois amigos para tal tarefa, dentre eles estava Joaquim Osório Duque-Estrada. Porém o congresso rejeitou o projeto de lei que propunha tal reforma.


Rejeitado, porém com a letra pronta, Nepomuceno imprimiu a letra escrita por Joaquim Osório, e distribuiu pelo país, e foi um sucesso!


Então foi em 1922, quando o presidente Epitácio Pessoa queria uma letra oficial para o hino, que o senado e o congresso, pressionados pelo presidente, aprovaram a letra em 6 de setembro de 1922.


Repórter: João Vitor Brasileiro

Redatora: Nathália Messias