Nascidos entre 1995 e 2009, em um consenso geral, são os integrantes da geração Z que marcaram o início da era em que as pessoas passaram a ter acesso frequente à tecnologia — e a serem transformadas por ela.


https://diariodocomercio.com.br/negocios/marketing-voltado-geracao-z-tem-grande-potencial-consumo/

Apesar de a tecnologia ter sido — e ainda ser — muito presente na vida dos jovens dessa geração, é possível dividi-la em duas partes, considerando o momento em que o avanço tecnológico os afetou de forma mais significativa.

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Nascidos entre 1995 e 2005 🗓


Os nascidos entre 1995 e 2005 presenciaram o grande crescimento da tecnologia de forma avassaladora durante a adolescência ou pré-adolescência. Um marco importante para esse grupo foi o período de 2019 a 2021, quando a pandemia da Covid-19 tornou o mundo quase totalmente dependente da tecnologia. Essa metade da geração teve uma infância e início da adolescência mais equilibrados em relação ao uso de redes sociais, celulares e inteligência artificial.

Para os jovens da primeira metade da geração, é muito comum um sentimento de nostalgia e idealização da infância, com referências fortes ao entretenimento dos anos 2000 e do início dos anos 2010. O acesso à internet e às redes sociais ainda era restrito para grande parte das famílias, e o consumo de cultura audiovisual se dava principalmente por DVDs, TV aberta, canais por assinatura ou locais como lan houses. Como cresceram em um contexto onde a tecnologia estava presente, mas ainda de forma mais limitada e equilibrada, é comum que muitos desse grupo busquem hoje conteúdos nostálgicos em páginas, fóruns e blogs voltados a mídias da época — onde se valorizava a convivência presencial, o contato físico e uma infância longe da hiperconectividade.


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O que as conectam? 👫


Apesar das diferenças comportamentais e sociais entre as duas metades da geração, todas essas pessoas passaram por fenômenos históricos em comum, com acesso à informação em tempo real. Compartilharam, por exemplo, o isolamento forçado da pandemia, a ausência de contato físico em um momento essencial de formação social e emocional, além de eventos marcantes como a morte da Rainha Elizabeth II e do Papa Francisco. Esses acontecimentos, vividos com uma velocidade de informação sem precedentes, moldaram uma geração extremamente sensível ao presente e hiperconectada ao que acontece no mundo.

Outro ponto que une essas duas metades é a forma como encaram pautas sociais e relações de trabalho. A geração Z tende a ser mais aberta e favorável a temas como igualdade de gênero, direitos das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e pautas ambientais. Ao mesmo tempo, é uma geração que critica profundamente a lógica de trabalho tradicional: muitos não aceitam a ideia de que trabalhar até o esgotamento seja algo normal ou desejável.


Desafios 🗣


Ainda que seja uma geração mais consciente e crítica em muitos aspectos, esses mesmos avanços representam perigos.

Não se trata tanto de riscos físicos como no passado, mas sim de danos virtuais: a superexposição, o cyberbullying, o consumo precoce de conteúdos sensíveis e a idealização de vidas inalcançáveis nas redes podem causar sérios danos psicológicos, principalmente durante a adolescência, quando o cérebro ainda está em formação. A linha entre realidade e fantasia se torna mais tênue, e a comparação constante pode gerar crises de identidade, baixa autoestima e quadros de ansiedade e depressão.

Além disso, com o avanço da inteligência artificial, diversas profissões estão sendo transformadas ou extintas, e os jovens da geração Z se mostram mais atentos a isso, valorizando carreiras ligadas à tecnologia, ao bem-estar e ao propósito pessoal. Áreas como programação, produção de conteúdo digital, design e desenvolvimento de sistemas ganharam destaque. No entanto, trabalhos que dependem exclusivamente da internet também geram novas pressões e dilemas — como é o caso da carreira de influenciador digital.

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Mesmo diante de tantos desafios, a geração Z representa um marco de transformação profunda. Diversa, engajada e conectada, é uma geração que cresceu com o mundo nas mãos — literalmente. Seu maior desafio talvez seja equilibrar esse mundo digital com a vida real, sem deixar que uma substitua a outra. Encontrar maneiras conscientes de usar a internet sem se desconectar de si mesmo e das relações presenciais pode ser a chave para viver o melhor dos dois mundos.


FONTES:

1. https://br.ign.com/tech/139568/news/289-milhoes-de-jovens-da-geracao-z-foram-demitidos-ou-estao-sem-trabalho-crise-dos-nem-nem-mostra-qu  

2. https://www.brasildefato.com.br/2025/05/02/direitos-ou-precariedade-o-que-esta-por-tras-da-critica-da-geracao-z-a-clt/ 


3. https://www.xataka.com.br/carreira/a-geracao-z-trocou-a-universidade-e-a-programacao-para-se-dedicar-a-empregos-que-muitos-evitavam-e-melhor-e-que-esta-funcionando-para-eles 


4. https://www.britannica.com/topic/Generation-Z 


5. https://www.pewresearch.org/short-reads/2019/01/17/where-millennials-end-and-generation-z-begins/ 


REPÓRTER: Ryan Teófilo

REDATORA: Cleidyane Vieira